Acompanhamento psicológico: quando devo procurar ajuda?
Durante a campanha Setembro Amarelo, psicóloga do Sistema Hapvida fala sobre a importância do autoconhecimento e de saber lidar com os sentimentos
A campanha “Setembro Amarelo” é dedicada à valorização da vida e prevenção ao suicídio. Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em mais de 98% dos casos, o suicídio foi causado por transtornos mentais não tratados corretamente ou não identificados/acompanhados. Diante desse cenário preocupante, Ivana Teles, psicóloga do Sistema Hapvida – do qual o Grupo São Francisco faz parte – alerta sobre os sinais que sugerem que algo na saúde mental não vai muito bem e orienta quando procurar por apoio psicológico.
“Imagine que você não está muito bem, com alguma questão emocional, seja uma raiva excessiva ou um choro constante ou desânimo frequente. Algo que acabe desestabilizando seus sentimentos e que muitas vezes até traz consequências a nível comportamental. Esses são alguns pontos que precisa ter cuidado, pois indicam que a saúde mental não vai bem”, explica a psicóloga.
De acordo com Ivana, o andamento da saúde mental pode interferir no dia a dia das pessoas. Por isso, a importância do acompanhamento psicológico. “Esse acompanhamento vai ajudar a equilibrar os sentimentos e os comportamentos, quando a gente percebe que existem situações muito adoecedoras”, diz.
A psicóloga do Hapvida explica que o mesmo também vale quando existe um nível mais crítico e surgem os transtornos mentais, como a ansiedade, depressão ou o transtorno bipolar, por exemplo. “A psicoterapia vem para ajudar a lidar um pouco melhor com nossos sentimentos e também com os comportamentos, que acabam sendo consequências de tudo isso”, afirma.
Como saber que algo não vai bem?
Segundo Ivana, quando existe algo ruim acontecendo a nível emocional, é natural que surjam alterações de sentimentos no dia a dia: alegria, tristeza, raiva, medo etc. Mas, a grande questão é quando tudo isso está em um nível excessivo e acaba interferindo na saúde mental.
“Como exemplo, podemos citar ter medo intenso e de forma frequente ou episódios de raiva constante e irritabilidade. Estes são sinais de que as emoções estão com alguma alteração que merecem cuidados”, orienta.
Essa percepção também pode ser feita pelo comportamento das pessoas. “Preocupações frequentes podem interferir no sonho, gerando a insônia ou é possível desenvolver alterações alimentares, como comer demais ou de menos”, sinaliza Ivana.
Além disso, a psicóloga indica que a sobrecarga pode ser um outro indicativo. Um cansaço frequente, desgaste mental, somado a um desânimo no dia a dia para realizar atividades que antes geravam prazer, como passear, praticar um esporte, estar com pessoas queridas. “Estes são alguns sinais que precisamos estar atentos, praticando o autoconhecimento e a auto-observação. E, se for preciso, procurar suporte psicológico para auxiliar nessas situações, entendendo o que está acontecendo, o que pode estar causando essas alterações e o que pode ser feito a respeito para que melhore a saúde mental”, conclui.