Obras do PAC podem afetar negócios em Ribeirão Preto
Nas principais avenidas comerciais da cidade, serão implantados corredores de ônibus e, com isso, vagas de estacionamento serão extintas; ACIRP orienta empresários para se planejar e evitar prejuízos
Ribeirão Preto passará por uma grande transformação nos próximos anos, decorrente do Código de Obras e Edificações (COE) e do projeto “Ribeirão Mobilidade”, com recursos do PAC II já aprovados pela Caixa Econômica Federal. Até 2021, serão implementados corredores de ônibus e ciclovias, viadutos, pontes e trincheiras. Além disso, haverá supressão de vagas de estacionamento nas principais avenidas e ruas da cidade.
Por isso, a ACIRP – Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto, tem promovido encontros com seus associados para apresentar os possíveis impactos que a nova lei e as obras do PAC poderão acarretar nos negócios e na cidade.
“As obras causarão um grande impacto na organização do trânsito e na maneira como as pessoas se movimentam no espaço urbano. Os negócios também serão impactados. Em alguns casos beneficiando, e, em outros, trazendo ameaças. Por isso, a ACIRP está acompanhando de perto e discutindo com os empresários alternativas para que eles planejem melhor seus investimentos e identifiquem oportunidades e ameaças existentes”, afirma Dorival Balbino, Presidente da ACIRP.
O principal impacto do Programa Ribeirão Mobilidade é a implantação dos corredores de ônibus estruturais em avenidas comerciais importantes da cidade como Dom Pedro, Saudade, Presidente Vargas, Independência, Treze de Maio, Nove de Julho, do Café, entre outras.
Eduardo Molina, Gestor de Competitividade e Relações Institucionais da ACIRP, explica que “estabelecimentos comerciais instalados nessas vias e onde modelo de negócio depende das vagas frontais para o acesso de seus clientes podem ser muito impactados, pois, onde houver corredor de ônibus, as guias poderão ser rebaixadas somente 30% do tamanho da frente do terreno, e, na maior parte delas, também serão suprimidas muitas vagas de rua, dificultando o acesso de veículos. Por outro lado, negócios que têm como público a população que utiliza o transporte coletivo podem se beneficiar, pois a redução do tempo de viagem é um estímulo ao deslocamento”.
Nas ruas e avenidas que não tiverem os corredores de ônibus valerá o que define o Código de Obras e Edificações que mantém a situação atual para empreendimentos já existentes e corretamente licenciados. Para novos empreendimentos, as guias poderão ser rebaixadas 50% da testada do lote.
Para as situações que já existia a guia rebaixada antes desta nova lei, poderá ser mantido o rebaixamento desde que ocorra o plantio de uma árvore a cada 10 metros e garanta acessibilidade com lotes vizinhos. “Importante ressaltar que isso não vale para as vias onde serão implantados os corredores de ônibus”, lembra Molina.
“Entendemos que essas obras podem beneficiar muitas pessoas ao melhorar a fluidez do trânsito e reduzir o tempo de deslocamento de quem utiliza o transporte coletivo, mas é importante que a Prefeitura atue para reduzir o impacto dessas mudanças para os empresários que investiram nessas regiões, geram empregos e cujas famílias dependem desses negócios. No ano passado, já pedimos oficialmente para a Prefeitura que antes do início das obras se reúna com essas comunidades para dizer o que será feito e ouvir as reivindicações daqueles que serão afetados”, detalha Dorival Balbino.
Projeto Ribeirão Mobilidade
Obras já entregues:
· Ponte interligando a Rua José Bonifácio à Rua Paraíba;
· Ponte interligando a Rua Tamandaré à Rua Visconde de Inhaúma;
· Ponte interligando a Rua Barão do Amazonas à Rua Benjamin Constant.
Em execução:
· Duplicação da Avenida Antônia Mugnatto Marincek.
Obras em fase de licitação:
· Corredor de ônibus na Avenida Dom Pedro;
· Corredor de ônibus na Avenida Saudade;
· Adequação viária entre a Rua Nove de Julho com a Avenida Portugal;
· Adequação viária entre as avenidas Presidente Vargas e Diederichsen.
Obras previstas com recursos já garantidos:
· Corredor de ônibus Norte – Sul com ciclovia;
· Corredor de ônibus na Av. Presidente Vargas;
· Corredor de ônibus na Av. Costábile Romano;
· Corredor de ônibus na Av. Castelo Branco;
· Corredor de ônibus na Av. do Café;
· Corredor Quadrilátero Central nas avenidas Francisco Junqueira e Jerônimo Gonçalves;
· Ciclovia na Av. Saudade;
· Trincheira entre as avenidas Independência e Presidente Vargas;
· Trincheira entre as avenidas Antônio Diederichsen com a Presidente Vargas;
· Viaduto entre as avenidas Jerônimo Gonçalves e Francisco Junqueira;
· Viaduto entre as avenidas Brasil, Thomaz Alberto Whately e entre as avenidas Brasil e Mogiana;
· Viaduto interligando as avenidas Maria de Jesus Condeixa e Antônio Diederichsen, passando por cima da Av. Francisco Junqueira;
· Extensão da avenida Cel. Fernando Ferreira Leite, que ligará a av. Eduardo de Gasperi Consoni à Av. Caramuru, formando um grande corredor;
· Construção de ponte sobre o córrego Ribeirão Preto na Rua Pompeu de Camargo;
· Readequação viária com abertura de rotatória e semaforização das avenidas Portugal, Nove de Julho, Diederichsen e Costábile Romano, além de readequação viária no cruzamento das avenidas Diederichsen, Presidente Vargas e Itatiaia.