A influência da alimentação e do estilo de vida nas doenças femininas – e o cuidado com os exageros praticados durante o isolamento social
O que a alimentação tem a ver com doenças como a endometriose e a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP)? Absolutamente tudo!
Conforme explica a Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista, doenças como a endometriose e a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) estão diretamente ligadas com a forma como as mulheres se alimentam e com o estilo de vida delas. E a correlação entre alimentação, estilo de vida, inflamação crônica e doenças femininas deve ser observada a fundo
Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista
São Paulo, 25 de agosto de 2019 – Existe uma forte relação entre a alimentação, o estilo de vida, a inflamação crônica e as doenças femininas. Apesar de essa ligação ser pouco explicada às mulheres, doenças como a endometriose e a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) podem ser evitadas, tratadas e até eliminadas com a mudança da alimentação e do estilo de vida. “Aliás, não adianta tratar desses problemas clinicamente, com medicação e intervenção cirúrgica, se a paciente não passar por um intenso processo de mudança comportamental”, explica a Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista, que estuda a Longevidade e os diversos fatores que influenciam no envelhecimento saudável.
Segundo a especialista, para conhecer o processo de doenças como a endometriose e a SOP, primeiro é preciso entender o que é a inflamação crônica.
A inflamação é uma reação do sistema imunológico do organismo a um agente agressor ou a uma lesão. No processo inflamatório agudo, ocorre uma lesão ou a invasão do organismo por um micro-organismo e a reação vem em forma de edema (inchaço), vermelhidão e calor. Então, o sistema imune tenta combater esse processo, de maneira a defender o organismo da destruição dos tecidos, e utilizam-se anti-inflamatórios para auxiliar no processo. “Na inflamação crônica, os agentes causadores podem ser doenças instaladas, como diabetes, alergias e as autoimunes, por exemplo, que destroem os tecidos pontualmente, por dias, meses ou anos, ou, ainda, nossos hábitos provenientes do estilo de vida adotado”, explica Dra. Mariana.
A inflamação crônica se forma a partir de vários pequenos pontos de inflamação no organismo, ocasionados pelo consumo exagerado de alimentos como açúcar – que provoca microlesões no pâncreas, – ou de glúten e lactose, – que lesionam o intestino. Esse quadro de lesões é basicamente o princípio de todas as doenças do organismo. São os casos da Síndrome Metabólica (conjunto de sinais e sintomas que envolve a resistência à insulina, hipercolesterolemia, hipertensão arterial e obesidade central – aquela localizada na cintura), diabetes, hipertensão, doenças pulmonares, osteoporose, câncer e até doenças autoimunes.
Endometriose e SOP
A endometriose é uma doença inflamatória. Estima-se que mais de 60% de suas portadoras têm maus hábitos alimentares e são sedentárias e com a correção desses problemas potenciariam o tratamento clínico. “Como citei no começo dessa conversa, sem a reeducação alimentar e a adoção de prática de atividade física constante, o tratamento da endometriose não surte efeito. Trata-se de um tratamento multidisciplinar, que envolve o ginecologista, nutricionista e preparador físico”, completa a médica.
O mesmo vale para a SOP. “A Síndrome dos Ovários Policísticos tem relação direta com a Síndrome Metabólica (SM), sendo causada principalmente pela resistência insulínica. Se a paciente está com sobrepeso ou obesa e tem outros sintomas da SM, precisa tratar deste problema, tendo reflexos positivos nos ovários”, ensina.
Para finalizar, Dra. Mariana Rosario diz que, no período da pandemia, quando muitas pessoas se isolaram, foi natural que muitas mulheres tivessem mais tempo para cozinhar e criassem pratos, aprendessem a fazer pães e consumissem mais doces. “Porém, agora é hora de gastar essa energia em atividade física. Precisamos pensar em nossa saúde, consumindo menos glúten, lactose e açúcar. Não precisa tirar completamente esses itens do cardápio, mas reduzi-los consideravelmente faz bem ao corpo. Fazer substituições inteligentes, apostar em proteínas magras e saudáveis, carboidratos complexos, fibras, frutas, verduras e legumes e bastante água é o segredo da Longevidade. Há outros, claro, mas esse é um bom começo”, finaliza a médica.
Sobre a Dra. Mariana Rosario
Formada pela Faculdade de Medicina do ABC, em Santo André (SP), em 2006, a Dra. Mariana Rosario possui os títulos de especialista em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia pela AMB – Associação Médica Brasileira, e estágio em Mastologia pelo IEO – Instituto Europeu de Oncologia, de Milão, Itália, um dos mais renomados do mundo. É membro da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP) e especialista em Longevidade pela ABMAE – Associação Brasileira de Medicina Antienvelhecimento. É médica cadastrada para trabalhar com implantes hormonais pela ELMECO, do professor Elsimar Coutinho.
Possui vasta experiência em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia, tanto em Clínica Médica como em Cirurgia Oncoplástica. Realiza cursos e workshops de Saúde da Mulher, bem como trabalhos voluntários de preparação de gestantes, orientação de adolescentes e prevenção de DST´s. Participou de inúmeros trabalhos ligados à saúde feminina nas mais variadas fases da vida e atua ativamente em programas que visam ao aprimoramento científico. Atualiza-se por meio da participação em cursos, seminários e congressos nacionais e internacionais e produz conteúdo científico para produções acadêmicas. É médica cadastrada para trabalhar com implantes hormonais pela ELMECO, do professor Elcimar Coutinho, um dos maiores especialistas no assunto.
Dra. Mariana Rosario – Ginecologista, Obstetra e Mastologista. CRM- SP: 127087. RQE Masto: 42874. RQE GO: 71979.