“Mulheres devem ser empoderadas para que luta contra disseminação do HIV ganhe força”, diz ginecologista

Para a Dra. Mariana Rosario, ginecologista, apenas com trabalho intenso junto às mulheres, para que elas tenham pleno poder sobre seus corpos, suas vontades e direitos, é que a luta contra a disseminação do HIV ganhará novos rumos. “A mulher pode ser a agente da mudança no uso do preservativo em todas as relações”, diz a médica

Dra.  Mariana Rosario, ginecologista

São Paulo, 30 de novembro de 2020 – Dezembro será um mês muito importante na disseminação de informações sobre a prevenção do contágio pelo HIV e no tratamento da AIDS. A campanha “Dezembro Vermelho” vem com força à mídia e aos órgãos de saúde, levando à população testes gratuitos de HIV e, também, de sífilis.

A Dra. Mariana Rosario, ginecologista, obstetra e mastologista, diz que o HIV já não é uma doença que mata como fazia há 20 anos – mas, que nem por isso deve ser menos temida. “O paciente com HIV continua sendo crônico e com limitações. Ele depende de um coquetel diário de medicamentos, que tem efeitos colaterais variados e, às vezes, bem desagradáveis, e precisa de acompanhamento médico. Além disso, infelizmente, sofre discriminação e pode ter problemas psicológicos e afetivos por causa dessa condição”, diz ela.

A forma mais comum de se adquirir a doença é por meio do contato sexual e do compartilhamento de agulhas no uso de drogas. Não existem mais casos de transmissão em transfusões de sangue porque os cuidados são rigorosos e o sangue é testado. Também não se corre mais risco em cirurgias e procedimentos médicos. “Evoluímos em muitos aspectos e é bem seguro viver sem se adquirir o HIV. Porém, se não usarmos o preservativo – camisinha masculina ou feminina – continuaremos tendo casos de contaminação”, alerta a médica.

O empoderamento feminino contra a contaminação por HIV

É por isso que a Dra. Mariana Rosario acredita que quanto mais se empoderam as mulheres, de todas as idades, mais se combate a disseminação do vírus HIV. “As mulheres que sabem que são as únicas donas dos seus corpos, que se amam integralmente, que não dependem financeiramente de outras pessoas – principalmente de homens – , que sabem que são cidadãs e que têm direitos, que têm acesso à educação e à saúde conseguem levar uma vida digna e, assim, podem exigir o uso do preservativo de seus companheiros. Apenas empoderando meninas e mulheres e que conseguiremos fazer valer o ‘não é não’ e a vontade feminina”, alerta a médica.

Por meio da educação e do esclarecimento, Dra. Mariana Rosario acredita que as mulheres conseguirão ajudar também os homens a entenderem que eles ficam tão doentes quanto quaisquer outras pessoas. “Quando as mulheres são esclarecidas, elas educam homens mais coerentes e menos machistas. Assim, empoderando as mulheres, teremos homens cientes do papel deles e que também terão o desejo de se prevenirem para não ficarem doentes. É um trabalho educacional diário, constante, que não podemos deixar de fazer”, alerta a médica.

Sífilis

A campanha Dezembro Vermelho também abordará o aumento da disseminação da sífilis. Diferentemente da AIDS, a sífilis tem cura – mas, se não tratada, pode ser muito perigosa: em estágio avançado, a doença leva a sérios problemas neurológicos. E, quando uma mulher engravida com a doença, causa doenças no bebê que serão levados para toda a vida.

“O tratamento da sífilis é simples. Mas, mais uma vez, essa é uma infecção sexualmente transmissível (IST), que pode ter contágio evitado com uso da camisinha”, alerta a Dra. Mariana.

Para finalizar, a médica dá um recado: “É preciso que mulheres e homens entendam que vivemos em tempos em que, se desejarmos manter nossas saúdes, precisamos nos cuidar cada dia mais. É preciso usar máscara para sairmos às ruas, é preciso usar camisinha em todas as relações sexuais. São hábitos que devemos criar e aos quais rapidamente nos acostumaremos, mas dos quais pode depender nossas vidas”.

Sobre a Dra. Mariana Rosario

Formada pela Faculdade de Medicina do ABC, em Santo André (SP), em 2006, a Dra. Mariana Rosario possui os títulos de especialista em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia pela AMB – Associação Médica Brasileira, e estágio em Mastologia pelo IEO – Instituto Europeu de Oncologia, de Milão, Itália, um dos mais renomados do mundo. É membro da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP) e especialista em Longevidade pela ABMAE – Associação Brasileira de Medicina Antienvelhecimento. É médica cadastrada para trabalhar com implantes hormonais pela ELMECO, do professor Elcimar Coutinho, um dos maiores especialistas no assunto. É membro do corpo clínico do Hospital Albert Einstein.

Possui vasta experiência em Ginecologia, Obstetrícia e Mastologia, tanto em Clínica Médica como em Cirurgia Oncoplástica. Realiza cursos e workshops de Saúde da Mulher, bem como trabalhos voluntários de preparação de gestantes, orientação de adolescentes e prevenção de DST´s. Participou de inúmeros trabalhos ligados à saúde feminina nas mais variadas fases da vida e atua ativamente em programas que visam ao aprimoramento científico. Atualiza-se por meio da participação em cursos, seminários e congressos nacionais e internacionais e produz conteúdo científico para produções acadêmicas.

Dra. Mariana Rosario – Ginecologista, Obstetra e Mastologista. CRM- SP: 127087. RQE Masto: 42874. RQE GO: 71979.

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