Construção: substantivo feminino
No mundo da construção civil, mulheres historicamente são minoria. Mas ao longo do tempo e à medida em que elas conquistam espaços, fica claro que a igualdade de gênero, além de fundamental do ponto de vista social, também é muito positiva para o negócio.
A “desmasculinização” do setor modifica e amplia olhares e possibilidades. Para além da capacidade técnica, eleva o nível de skills valiosas. Tudo isso tem ainda mais valor no pós-pandemia e seus novos modelos de trabalho.
Estou falando aqui também de ganhos efetivos em performance, competitividade e crescimento para as empresas, pois também incorporamos perspectivas, na liderança e na execução, para produtos e serviços. Para ser uma companhia diversa, em produtos e clientes, é essencial que sejamos diversos no time.
Investir em diversidade se conecta com nossos resultados de negócio – de forma bem ampla. Além da aproximação com o cliente e com tudo o que garante a viabilidade do imóvel ao longo do tempo, entra nessa conta o impacto que a diversidade tem no ambiente interno da organização e na sua capacidade de influenciar o mercado.
A prevalência masculina na construção civil ainda é uma realidade; mas isso não significa que ela vai ser eterna. Pense nisso: no Brasil, quase metade das famílias é chefiada por mulheres. E, independentemente disso, é pouco inteligente ignorar seu papel de decisão em um tema central para o segmento: o lar.
Em termos de equidade de gênero, trazendo o exemplo da MRV&CO, temos como metas alcançar 45% de mulheres em cargos de liderança e aumentar de 21% para 30% o percentual de mulheres na companhia até 2030. Isso representa muito mais do que um ambiente corporativo enriquecido em competência e propósito: metas assim mobilizam nosso setor como um todo a adotar medidas concretas e, principalmente, a reconhecer a necessidade e a urgência de mudanças.
Urgência não é exagero. O Fórum Econômico Mundial de 2020 previu que serão necessários 250 anos para atingir a igualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho. Encurtar esse “deadline” é prioridade. Não à toa, as empresas integradas ao Pacto Global da ONU têm “corrido atrás” de incorporar os ODS à sua estratégia, inclusive com o suporte de iniciativas como a ODS Ambitions, que desafia e apoia as organizações a estabelecerem metas agressivas nesse sentido – como as definidas pela MRV&CO no contexto do ODS 5, Igualdade de Gênero.
2030 está logo aí, e é preciso trabalhar duro. Acredito que o mais importante é ter a convicção de que metas ambiciosas não são inatingíveis; e de que ampliar a presença da mulher e ter mais lideranças femininas na construção civil é uma jornada audaciosa, mas recompensadora – para as empresas, para os clientes, para o mundo e para cada um de nós. Diversidade rima com competitividade, e rima também com realidade: a realidade do futuro que queremos alcançar