Especialista em saúde fala sobre saúde mental e esgotamento profissional em Ribeirão
A Câmara de Comércio de Ribeirão Preto realizou mais uma edição do Fórum de Gestão de Pessoas com a temática “Esgotamento Profissional: Burnout”. O médico do trabalho, André Fusco, e a jornalista, Izabella Camargo, debateram sobre o tema nesta terça-feira (16).
Os transtornos mentais e comportamentais já são a terceira maior causa de afastamento nas empresas. Esses números impactam os empreendedores, o mercado de trabalho e os índices de saúde.
“O trabalho determina muito da nossa identidade. A gente precisa entender o que faz a gente “suportar” o trabalho, e não nos “realizar” no trabalho. Quando o trabalho é tóxico mentalmente, as pessoas compensam, fazendo meditação, fazendo yoga, curtindo a família, as pessoas equilibram a relação pessoal e profissional. Quando o colaborador perde essa válvula de escape por algum motivo, e perde o eixo desse equilíbrio ele adoece, e para isso o nosso organismo é muito criativo, esse funcionário começa a ter alergias, queda de cabelo, e até depressão”, afirma o médico do trabalho e gerente de saúde ocupacional e segurança do Itaú Unibanco, André Fusco.
O especialista refletiu com os empreendedores, quais atitudes devem e podem ser tomadas para que os colaboradores da empresa não se tornem vítimas da Síndrome de Burnout, um distúrbio psíquico de caráter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso.
“O colaborador tem que ter a percepção do seu valor. Se ele não vê valor no que ele faz, ele como pessoa não tem valor. Nessa questão as empresas servem para gerar esse valor, o profissional que se sente valorizado trabalha mais e melhor e faz com que a empresa tenha lucro. Protocolos e regras muito rígidos comprometem a saúde mental. Não é o homem que deve se adaptar ao trabalho, é o trabalho que deve se adaptar ao homem. Trabalho sem sentido adoece, quando um gestor reconhece o trabalho do seu funcionário isso é um antidepressivo e pode se notar um aumento da produtividade”, comentou.
A jornalista Izabella Camargo, ex-repórter da TV Globo foi vítima da síndrome e atualmente é ativista pela saúde mental, falou sobre o quanto descansar e saber dizer não é importante para colaboradores, gestores e diretores.
“Quem dorme menos, produz menos. Descansar é tão importante quanto trabalhar, a gente conversa sobre os excessos de trabalho e o que eles causam, mas estamos falando também sobre o autocuidado. A gente não pode amar mais o trabalho do que a nós mesmos. Pausas são extremamente necessárias, precisamos também aprender a dizer e receber não sem culpa nenhuma. Sempre na nossa vida tudo vai ser um problema ou uma oportunidade, cabe a cada um de nós escolher uma das duas”, finalizou.
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