Grana Preta – Afroempreendedora, potências e desafios.

Convidadas:

Glaucia Brito Kaza Dy Pretas Coletivo de Afroempreendedoras

Sabrina Macário Cofounder do Instituto ConecTwoo e uma das idealizadoras do Programa Grana Preta, -Afro Empreendedorismo.

Entre Mulheres Talking 2025 no ShoppingSantaÚrsula Mediação Heloisa Pedrosa

Glaucia Brito, Heloisa Pedrosa e Sabrina Macário

Afroempreendedorismo: por que e para quê?

O afroempreendedorismo tem raízes profundas na história do Brasil. Como aponta Sabrina Macário, ele nasce simbolicamente no dia 14 de maio, logo após a assinatura da Lei Áurea, quando a população negra libertada se viu sem amparo, sem acesso a direitos básicos e sem oportunidades reais de inserção social. Foi nesse contexto de abandono que os negros começaram a criar seus próprios meios de sobrevivência. Empreender, nesse caso, não foi escolha, mas uma necessidade de existência.

Hoje, o afroempreendedorismo representa o reconhecimento da potência de homens e mulheres pretos em gerar renda, criar soluções e ocupar todos os espaços da sociedade. Ainda há desafios, sobretudo no que diz respeito à visibilidade e ao reconhecimento. Muitos afroempreendedores não se veem como tal — não por falta de capacidade, mas pela ausência histórica de referências e valorização. Mudar essa percepção é parte fundamental do processo.

Glaucia Brito amplia essa perspectiva ao lembrar que a comunidade negra sempre foi força motora da sociedade, especialmente nos serviços básicos e de assistência. No entanto, por muito tempo, essa contribuição foi invisibilizada. Aos poucos, tornou-se mais evidente que essa força vai além do trabalho braçal: existe também uma grande capacidade intelectual, criativa e estratégica.

O termo “afroempreendedorismo” surge, então, para dar nome a um movimento que sempre existiu, mas que agora ganha nova roupagem e visibilidade. Hoje, não falamos apenas da mulher que faz bolos para vender, mas da mulher que é dona da casa de bolos. Não falamos apenas do prestador de serviços, mas do proprietário, do gestor, do parceiro de negócios. Isso é fruto da resistência, da coletividade e da capacidade de reinvenção da população negra.

Apesar dos avanços, o racismo estrutural ainda impõe barreiras significativas à ascensão de pessoas negras no mundo dos negócios. Embora, em alguns círculos, seja comum encontrar médicas, dentistas e empresárias negras, essa realidade ainda é exceção quando se observa o país como um todo. A naturalização do sucesso negro ainda incomoda estruturas que historicamente nos excluíram.

Por isso, o afroempreendedorismo é, antes de tudo, uma ferramenta de emancipação. É sobre autonomia, pertencimento e equidade. É sobre reconstruir narrativas e abrir caminhos para as próximas gerações.

Assista esse incrível talking na íntegra:

Há fotos do evento, você pode estar nelas, abra o link para vê-las e baixar as suas: https://drive.google.com/drive/folders/1w5KWA_2UIP38m4palWnt5CPu-gV-Rq81?usp=drive_link

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