Gravidez é possível mesmo após o tratamento oncológico

O sonho de gerar filhos após um diagnóstico de câncer sempre foi envolto de dúvidas e incertezas. No entanto, em vários casos, com cuidados, acompanhamento e avaliação de médicos especializados, pode se tornar uma realidade no pós-tratamento.

De acordo com o oncologista Carlos Fruet, do InORP Oncoclínicas, ao ser diagnosticado o câncer, antes do início do tratamento, é importante a mulher conversar com o médico e expor a vontade de ter filhos.

“Os tratamentos atuais são diversos e provocam efeitos colaterais que variam caso a caso. Durante todo o período, a saúde e bem-estar da paciente são prioridades. Neste sentido é mais seguro para a própria mulher que seja concluído o tratamento antes de um possível início de gestação”, afirma Fruet.

O médico ressalta ainda que, é essencial o diálogo com o ginecologista e com o oncologista para conhecer os cuidados, riscos e as possibilidades que viabilizam uma gravidez no futuro. “Hoje existem diversos tratamentos e alternativas de preservação de fertilidade que podem contribuir e dar esperança para a paciente em seu tratamento oncológico, como por exemplo o congelamento de embriões ou tecidos ovarianos e a transposição dos ovários. É de extrema importância que se converse com o médico, antes do início de qualquer tratamento oncológico, seja quimioterapia, radioterapia, cirurgia, entre outros”, comenta o oncologista.

Prevenção

Segundo estimativa do INCA (2020-2022) os cinco tipos de câncer com maior número de casos em mulheres são: pele não melanoma (93.160 mil casos); mama (66.280 mil casos); colon e reto (20.470 mil casos); colo de útero (16.710 casos ) e traqueia, brônquio e pulmão (12.440 mil casos). O oncologista reforça a importância dos exames de rotina que permitem diagnóstico precoce aumentando as chances de cura e, a vacinação contra o vírus HPV para prevenir alguns tipos dessas neoplasias.

“É possível prevenir até 30% de todos os casos de câncer, principalmente, porque a maioria tem grande chance de cura ao ser diagnosticado precocemente. Por exemplo, para o câncer do colo de útero um dos métodos de prevenção mais eficazes é a vacina contra o HPV, que está disponível no sistema público de saúde para meninas, com idade entre 9 e 14 anos; além da realização do exame Papanicolau regularmente. O vírus do HPV também pode ser associado a outros tipos de câncer como de vagina, vulva, orofaringe e ânus”, ressalta.

Hábitos saudáveis como praticar exercícios físicos, ter uma alimentação balanceada, não fumar e não ingerir bebidas alcoólicas em excesso também foram citados pelo médico como formas de prevenir o aparecimento de câncer e também outras doenças.

“Neste momento em que toda a atenção ainda está voltada para a pandemia do novo coronavírus não podemos esquecer de cuidar da própria saúde e não deixar de fazer os exames de rotina como de costume. As outras doenças, como o câncer, não vão esperar o vírus passar para aparecerem. A nossa saúde deve ser prioridade de modo geral”, conclui o médico.

Dr. Carlos Fruet oncologista do InORP Oncoclínicas

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