Networking feminino – erros e acertos – Entre Mulheres 2025

Convidadas: Juliana Farah Presidente do Semeadoras do Agro Conselheira do Confem/FIESP Conselheira do Sebrae-SP

Larissa Tonelli Empresária fundadora do BDE Boteco das Empreendedoras – Networking feminino

Luciana Prates Empresária fundadora do Rara Club Networking feminino

Entre Mulheres Talking 2025 no ShoppingSantaÚrsula Mediação Heloisa Pedrosa.


Luciana Prates, Juliana Farah, Heloisa Pedrosa e Larissa Tonelli

A potência do verdadeiro networking entre mulheres

Falar sobre networking é, acima de tudo, refletir sobre conexões genuínas. Larissa Tonelli destaca que o verdadeiro networking não é sobre o “eu”, mas sim sobre o coletivo. Quando construímos relações sólidas, percebemos o poder transformador de uma conexão com valor. Não se trata apenas de distribuir cartões de visita ou repetir frases de efeito sobre união. É preciso enxergar o outro com proximidade, reconhecer que cada pessoa carrega valor e também dor. O convite é para que nos conectemos com o outro da forma como gostaríamos de ser vistas: com empatia, respeito e humanidade. A venda é consequência natural de bons relacionamentos. Assim, negócios sustentáveis e prósperos surgem da confiança e da conexão sincera — não da busca imediata por lucro. Como ela mesma enfatiza, “não olhe para o outro como um cifrão”.

Ju Farah propõe uma reflexão importante: pela primeira vez na história, as mulheres estão, de fato, próximas umas das outras com o propósito de construir algo juntas. Esse movimento é inédito e revolucionário. No contexto do agronegócio, por exemplo, isso se reflete em ações de mulheres que vêm se unindo por meio de iniciativas como a das Semeadoras do Agro. É preciso enxergar quem está ao nosso redor: a empreendedora, a artista, a dona de salão, a prestadora de serviço. Muitas vezes, não sabemos o que nossas colegas fazem. Fortalecer o consumo local e apoiar pequenos negócios são caminhos fundamentais para impulsionar nossas economias e redes. Para Ju, é essencial quebrar a ideia de concorrência entre mulheres. Ao nos olharmos com mais solidariedade do que competição, empurramos umas às outras em direção ao sucesso e reconhecemos o valor que cada uma carrega.

Heloisa Pedrosa amplia esse olhar ao introduzir o conceito de “ecossistema”. Criar conexões é também criar ambientes vivos e interdependentes, onde todas se nutrem e se fortalecem. As redes sociais e a tecnologia tornaram possível desenvolver grupos e comunidades em instantes. Hoje, podemos formar redes de apoio em tempo real, promovendo a compra e a contratação de serviços dentro do nosso próprio círculo. Por que não aproveitar a psicóloga, a dentista, a terapeuta, a designer, que estão ao nosso lado? Porém, ela chama atenção para um desafio emocional: muitas vezes subestimamos quem está perto. Existe a tendência de não valorizar aquilo que é familiar — o famoso “santo de casa não faz milagre”. É necessário romper esse padrão. Comprar da colega ou apoiar sua iniciativa não é caridade; é reconhecer competência e qualidade. O olhar para o outro precisa vir sem julgamento, com generosidade e consciência de valor.

Luciana Prates propõe uma visão estruturada do networking. Para ela, a prática tem raízes antigas e nasceu em ambientes predominantemente masculinos, mas evoluiu com o tempo. Ainda que historicamente tenha sido associado à ideia de lucro imediato, ela defende uma abordagem mais relacional, baseada em três pilares: frequência, proximidade e intimidade. A frequência se refere à regularidade com que nos conectamos com alguém. A proximidade, ao conhecimento real sobre quem é essa pessoa e o que ela faz. Já a intimidade envolve confiança, partilha de valores e autenticidade. Quando esses três elementos estão presentes, criamos relações duradouras que, naturalmente, geram resultados. O foco, portanto, não está apenas na transação, mas no vínculo. Luciana reforça que networking é gostoso e eficaz quando parte de relações verdadeiras, e que tanto grupos femininos quanto masculinos deveriam investir nesse modelo.

A partir dessa ideia, Heloisa complementa com uma provocação sobre o tempo. No mundo acelerado de hoje, onde todos estão sobrecarregados e focados em suas próprias rotinas, é nas pausas — nos cafés, palestras e jantares — que as conexões acontecem. Esses encontros nos ajudam não só a nos encontrarmos com os outros, mas também conosco. A dificuldade de entregar um cartão, de se apresentar, de ocupar um espaço, muitas vezes está ligada à timidez, baixa autoestima ou inseguranças ainda presentes, mesmo entre mulheres bem-sucedidas. Esses momentos de convivência são oportunidades para romper essas barreiras internas e se permitir ser vista.

Por fim, Luciana traz uma dica prática sobre o pós-encontro. Não basta entregar um cartão e esperar ser procurada. Relacionamentos não se constroem sozinhos. Ela sugere que, após um evento, enviemos uma mensagem simples, retomando o contato: “Oi, nos conhecemos no encontro da Heloisa, achei muito legal saber que você trabalha com isso.” Mesmo um coraçãozinho como resposta já é um sinal de abertura. E, se ainda assim não houver retorno, por que não compartilhar algo relevante com essa pessoa mais adiante? Essa continuidade gera um gatilho de reciprocidade, uma das ferramentas mais poderosas no networking. Conectar-se é lembrar, reconhecer, valorizar. E, principalmente, agir com intenção e consistência para manter a relação viva.


Esse conteúdo incrível vem do Talking que vc pode assistir agora na íntegra:

Quer ver as fotos do evento? Entre nesse link: https://drive.google.com/drive/folders/1tgnFLG9Vuklopl7bqa1Iwcflh1Xexqwm?usp=drive_link

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *