Alunos do Senac desenvolvem projeto para recém-nascidos
Polvos de crochê, confeccionados pelos estudantes do curso Técnico em Enfermagem, oferecem sensação de proteção ao bebê prematuro
Idealizados na Dinamarca, os polvos de crochê são reconhecidos por serem instrumentos terapêuticos e acolhedores para recém-nascidos prematuros. Com o propósito de dar continuidade à ideia no Brasil, alunos do curso Técnico em Enfermagem do Senac Ribeirão Preto estão confeccionando os polvos para doarem a hospitais regionais.
A inciativa é denominada como Primeiro Carinho e faz parte do Projeto Integrador da instituição, que visa promover o aprendizado a partir de um problema real e em prol do desenvolvimento da comunidade. Nesse cenário, 23 alunos consideraram fatores relacionados à humanização em atendimentos de enfermagem nas maternidades e apostaram no artesanato para envolver os bebês hospitalizados e aumentar a sensação de acolhimento nas incubadoras.
Os polvos de crochê também acalmam os pequenos, normalizando a respiração e os batimentos cardíacos, e evitam choques e acidentes nas paredes do leito. “Durante as aulas, os estudantes perceberam o quanto esse objeto pode ser instrumento-chave para o desenvolvimento dos recém-nascidos. O projeto incentivou nos alunos atitudes mais colaborativas e visão crítica e solidária em relação aos bebês, posturas fundamentais na prática profissional”, destaca Renata Ferraz, docente da área de saúde e bem-estar do Senac Ribeirão Preto.
A docente ainda reforça que “a intenção do projeto é promover métodos de humanização que realmente auxiliem o tratamento dos recém-nascidos”. Até o momento, os alunos envolvidos com o Primeiro Carinho já confeccionaram cerca de 160 chaveiros de polvos, que já estão sendo comercializados com o intuito de arrecadar verba para viabilizar o projeto. O dinheiro arrecadado com essas vendas é utilizado para a confecção dos polvos maiores, que serão doados às instituições de saúde da região.
Os polvos de crochê são feitos em fios 100% algodão, com oito tentáculos de 22 centímetros – muitas vezes, eles são maiores que as próprias crianças. Antes de serem colocados nas incubadoras, os objetos precisam ser esterilizados para evitar infecções. Além disso, os bebês podem levá-los para casa quando recebem alta médica.
“Experimentar o que será, de fato, a nossa profissão é estimulante e desafiador. Com o projeto, estamos colocando em prática nosso conhecimento por meio de técnicas inovadoras, porém muito simples de serem concretizadas”, ressalta Daniela Pessolo, uma das alunas do curso Técnico em Enfermagem.