Postura inadequada pode provocar danos ao nervo ciático

Especialistas do Grupo São Francisco afirmam que o uso de colchões, cadeiras, mesas, calçados inadequados para o peso e altura, sobrepeso corporal, falta de exercícios ou de alongamento pode contribuir para o surgimento de dores no nervo ciático

As dores no nervo ciático são provocadas em decorrência de diversas causas e, em geral, achamos que é ocasionada por hérnia de disco, mas também podem ter outras origens e algumas situações do cotidiano podem influenciar, como o uso inadequado de colchões, cadeiras, mesas e calçados inadequados para o peso e altura ou, até mesmo, condições de sobrepeso corporal, falta de exercícios ou de alongamento.

De acordo com a fisioterapeuta hospitalar Simone Cristina Menoschi, do Grupo São Francisco, que faz parte do Sistema Hapvida, isso ocorre porque o nervo é responsável por controlar as articulações do quadril, joelhos e tornozelos, além dos músculos das pernas e pés.

“O ciático é o maior nervo do corpo humano. Ele se origina de diversas raízes nervosas que saem do final da coluna lombar. A inflamação do ciático é provocada por uma pressão nesse nervo e a causa mais comum é uma hérnia de disco. A prevenção é por meio de exercícios físicos, controle do sobrepeso, posturas adequadas e alongamentos”, afirma Simone.

O médico Carlos Abdenur, ortopedista e traumatologista que atua como coordenador da equipe de Ortopedia do Grupo São Francisco, ressalta também que em muitos casos as dores no nervo ciático podem estar associadas ou não com a dor lombar.

“O famoso nervo ciático é uma junção dos nervos que saem da coluna e vão levar as informações de movimento aos músculos e de sensibilidade para todos os membros inferiores. Assim, podemos ter dois quadros: apenas a dor do nervo ciático ou a associação da dor lombar com a dor do nervo ciático”, comenta Abdenur.

O ortopedista orienta que os sintomas são percebidos em situações de movimento, reduzem com o repouso e que as crises podem ocorrer em apenas um dos membros ou nos dois, simultaneamente.

“Os sintomas mais comuns são dor no glúteo, que pode descer até o pé, ou alteração da sensibilidade de alguma região dos membros inferiores. Em geral, essa dor piora com o movimento e reduz com repouso. O mais comum é que essa crise seja só de um dos membros, mas pode ocorrer também em ambos”, alerta Abdenur.

O especialista orienta ainda que, na maioria das vezes, não há necessidade de exames de imagem para o diagnóstico, que só é necessário em casos onde não há melhora após algumas semanas ou em alguns casos muito específicos.

“O paciente com dor fica ansioso para fazer uma imagem. Acabam confundindo a imagem com o tratamento. O mais importante é que o profissional de saúde faça um exame físico adequado e foque em tratar a dor”, diz Abdenur.

Tratamento

Segundo o médico, apesar de todo desconforto o quadro é considerado simples e possível de ser tratado. “Na maioria dos casos é um tratamento conservador, que feito corretamente cura os pacientes. Devemos realizar mudanças posturais, exercícios físicos, fisioterapia e medicação, quando necessário. Mesmo os que não ficam curados, na maioria das vezes o que está faltando é uma melhor orientação. São raros os casos que se tornam cirúrgicos”, diz Abdenur.

A fisioterapeuta observa ainda que o tratamento requer um período de até 90 dias para ser realizado de forma adequada e visando a cura da inflamação. “Um tratamento adequado, seguindo orientações de um médico, envolve orientações posturais, repouso relativo por curtos períodos e fisioterapia. Na maioria dos casos se resolve entre 4 e 6 semanas, mas pode chegar até a 90 dias. Por isso, é importante ter um pouco de paciência”, conclui Simone.

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