Prática de atividades físicas é uma das alternativas para a inclusão e socialização das crianças com autismo
Profissional ministra palestra gratuita sobre o tema na Semana Internacional do Autismo (TEAbraço)
O esporte é uma excelente ferramenta para a inclusão. Mas, crianças com autismo podem praticar qualquer atividade física? Segundo Tiago Toledo, professor de educação física e profissional especializado no assunto há 14 anos, todas as modalidades podem ser praticadas, levando em conta a afinidade de cada um e, quanto mais cedo iniciar, melhor será seu desenvolvimento também em outras áreas. O profissional é um dos participantes do TEABRAÇO – Semana Internacional do Autismo – que acontece entre os dias 1 e 7 de abril no Shopping Iguatemi em Ribeirão Preto. A palestra que aborda o esporte como forma de inclusão será no dia 03 de abril, com entrada gratuita. As vagas são limitadas e devem ser feitas pelo site www.teabraco.com.br
De acordo com Toledo, os benefícios de uma prática esportiva são inúmeros para autistas. Além dos ganhos na saúde outros aspectos importantes são percebidos como melhorias na fala, na diminuição das crises de raiva, ansiedade e das estereotipias (comportamentos repetitivos), entre outros. “Todos esses comportamentos causam na criança um déficit de aprendizado seja na escola ou no tratamento com outros profissionais”.
Para saber qual a atividade ideal para cada caso, é importante explorar, descobrir as preferências e desenvolver o potencial da pessoa. Com acompanhamento profissional há um ano, Karen Neves – mãe da Nina Perri Petrovi? de 7 anos – conta que a filha antes de começar a prática de uma atividade não era socialmente ativa e não tinha o hábito de brincar e se divertir. “Depois que inserimos a atividade na vida dela, tivemos melhoras no seu jeito de andar, no senso de espaço – antes ela não usava os braços como apoio na hora de cair, por exemplo. Agora ela adquiriu mais força e consegue saber e perceber onde está. A interação com outras crianças na hora de brincar e a comunicação também melhoraram. É gratificante ver a evolução dela”, conta.
Local e profissionais
Além dos objetos tradicionais de cada esporte, o profissional de educação física conta que em alguns casos os alunos precisam ter a previsibilidade e saberem o que acontecerá em cada aula. “Nós profissionais precisamos buscar informações na parte comportamental e sensorial. Todo esse conhecimento e a adaptação ajudam também a construir uma ponte entre aluno e professor para que haja segurança e confiança. E ponte é sinônimo de inclusão”, diz.
Tiago ainda ressalta que a união dos profissionais – médicos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, entre outros – devem seguir um único propósito: acabar com o preconceito e incluir a criança autista na sociedade. “O esporte vai ajudar esta criança na concentração, memória e na integração social. Os ganhos não são só para eles, mas sim para os pais e para nós profissionais também. Esporte é inclusão e oportunidade. “
Sobre o TEAbraço
Com o tema “Inclusão 360º”, o evento trará abordagens importantes que vão contribuir com a inserção as pessoas com autismo na sociedade. A programação, voltada para familiares e profissionais da área, conta com Demonstrações práticas de atendimento – modelo exclusivo que acontece sob a supervisão do neuropediatra Carlos Gadia -, palestras gratuitas com diversos temas como bullyng, leis e direitos e cães terapeutas; cursos de aprimoramento sobre Alfabetização e ambiente escolar, entre outros assuntos; e o Workshop Internacional que contará com a presença de profissionais renomados trazendo as técnicas e soluções para o universo TEA. O evento ainda traz o Espaço Jujuba que oferece oficinas lúdicas e orientações com profissionais. Para saber mais acesse: www.teabraco.com.br.