Saúde mental entre jovens se torna fundamental para evitar doenças e o suicídio
A cada ano a saúde mental, especialmente de jovens, se torna cada vez mais relevante no Brasil. Uma pesquisa realizada pelo Datafolha em outubro de 2022 apontou que 8 em cada 10 jovens, entre 15 e 29 anos, tiveram problemas recentes de saúde mental.
A Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo é adepta da campanha “Saúde não tem cor: prevenção o ano inteiro, de janeiro a janeiro”. Sabendo da importância da conscientização sobre saúde mental, realiza ações internas e externas durante o ano para estimular a reflexão contínua sobre os cuidados que se deve ter com a qualidade de vida e hábitos saudáveis.
Camila de Cássia Ribeiro, psicóloga na Rede São Camilo alerta para a importância de se atentar à saúde mental dos jovens. “O período de pandemia em que os jovens precisaram estar em casa ocasionou um aumento de queixas relacionadas à saúde mental, especialmente por estarem limitados em relação a convivência com os círculos de amigos e colegas, que é importante para o desenvolvimento psicológico de cada um”, explica.
Além disso, a pesquisa apontou que cerca de 66% afirmaram sofrer com pensamentos negativos, 58% sente dificuldades de concentração, 53% sofre com crises de ansiedade e 20% com transtornos alimentares.
De acordo com Ribeiro, existe também um atraso na percepção e tratamento de transtornos mentais, sendo que muitos casos se iniciam durante a infância/adolescência e são devidamente acompanhados somente na vida adulta. Segundo a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), 50% de todas as condições de saúde mental surgem perto dos 14 anos de idade.
Nesse cenário, a organização também aponta que, mundialmente, o suícidio é a terceira causa de morte entre os adolescentes de 15 a 19 anos. Para Ribeiro, isso destaca ainda mais a necessidade tornar a saúde mental nessa fase da vida um debate amplo.
Como buscar ajuda?
A especialista da rede de hospitais São Camilo ressalta que o primeiro passo é reconhecer que é preciso e saudável buscar ajuda para que a questão não vá se agravando com o passar do tempo.
“Uma das formas, para pais e responsáveis, de identificar que os jovens estão passando por uma questão são mudanças repentinas de comportamento, porém, nesse momento, é preciso ter paciência para buscar uma conversa saudável ao invés de punir o jovem pela forma como está se sentindo”, comenta Ribeiro.
Outro ponto importante da busca por ajuda é criar uma atmosfera segura para dialogar sobre saúde mental com os jovens, o que pode ser feito por meio de literatura e cinema acompanhado de diálogos sobre o tema, por exemplo. Dessa forma, a especialista aponta que se torna cada vez mais fácil conversar.
“O apoio institucional às campanhas realizadas em janeiro, permeadas de informação sobre saúde mental, são a chave para tornar essa conversa cada vez mais abrangente e natural. Quanto mais acolhimento tiver, o estigma que o assunto carrega diminui”, finaliza ela.
Para seus colaboradores, a Rede São Camilo de São Paulo oferece atendimento com especialistas em saúde mental nas suas três Unidades (Santana, Pompeia e Ipiranga), permitindo consultas e exames em um único local.
Além disso, é possível buscar ajuda pelo número 188 e conversar, anonimamente, com um voluntário do Centro de Valorização da Vida (CVV), assim como também existe o atendimento via e-mail e chat (https://www.cvv.org.br/). Ressaltando que a ajuda profissional é essencial em qualquer cenário.