Visão dos pequenos: é importante estar atento desde cedo

São Paulo, março de 2023 – Assim que nascem, os bebês precisam passar por exames diagnósticos importantes, entre eles os testes da orelhinha, pezinho e olhinho – este último avalia a percepção do reflexo vermelho nos olhos do recém-nascido e é capaz de identificar diversos problemas oculares graves, como a catarata congênita e o retinoblastoma, um tipo raro de câncer ocular. No entanto, o teste não verifica um possível erro refrativo, como miopia, astigmatismo ou hipermetropia, que pode acontecer antes mesmo da criança completar um ano, e acaba sendo detectado já na idade escolar, quando o pequeno começa a demonstrar dificuldades de aprendizado e concentração. 

Segundo especialistas, a primeira consulta das crianças ao oftalmologista não deve demorar a acontecer. Isso porque, mesmo com alguns meses de vida, já pode ser necessário o uso de óculos em bebês com alto grau de miopia ou hipermetropia, por exemplo. Também é importante estar atento ao material utilizado no acessório. Hoje, graças ao avanço da tecnologia, já é possível encontrar itens cada vez mais anatômicos e que atendam às particularidades do usuário. No caso das crianças, recomenda-se, por exemplo, o uso de lentes de resina, mais resistentes que as de vidro ou cristal, que são relativamente comuns para adultos que têm alto grau. 

É importante observar se há alguma queixa e, principalmente, qualquer mudança comportamental da criança – que ainda não sabe explicar exatamente o que sente ou como é ter dificuldade em enxergar com precisão. Isso porque seu sistema visual cresce e se desenvolve junto com ela, em especial entre os primeiros cinco e seis anos de vida – quando os óculos podem desempenhar um papel importante para garantir o desenvolvimento normal da visão. Algo que nem todo mundo sabe é que, se a criança possui, por exemplo, um alto grau de miopia ou hipermetropia e a visão não é corrigida a tempo, seu cérebro não será exposto a uma experiência visual plena, com imagens nítidas. 

A descoberta dos óculos e o bullying dos colegas

De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), aproximadamente 23 milhões de crianças são portadoras de miopia, astigmatismo e hipermetropia, somente na América Latina. Já, no Brasil, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) estima que 30% do público infantil em idade escolar tenha problemas refrativos – sendo mais comum a miopia – e 10% das crianças, entre sete e dez anos, precisem usar óculos. 

Mesmo com esses números elevados, e aumentando, ainda é muito comum que as crianças que usam óculos sofram bullying dos colegas, que criam apelidos e acabam tornando qualquer possível desconforto com o acessório novo um incômodo ainda maior. A situação é tão comum que apareceu de forma expressiva entre os resultados de um estudo sobre bullying, realizado por pesquisadores da Universidade de Bristol, na Inglaterra. Entre os achados, descobriu-se por exemplo que crianças pré-adolescentes que usam óculos têm mais de um terço de probabilidade de sofrer a prática do que crianças que não usam óculos. Os resultados mostraram ainda que, das crianças que usavam óculos, de 35% a 37% eram mais propensas a serem alvos de bullying.

Como encorajar o uso dos óculos pelos pequenos?

Ainda que haja outros coleguinhas na escola que também usem óculos, a criança pode se sentir desconfortável, principalmente nos primeiros dias da novidade. Para isso, há dicas que podem ajudar os pais a motivá-la: “antes de tudo, é essencial que os próprios cuidadores reconheçam os benefícios do uso dos óculos corretivos, que proporcionarão melhor percepção visual e auxiliarão no desenvolvimento global das crianças ”, explica Makoto Ikegame, CEO da Lenscope. 

De acordo com ele, outras dicas que podem ajudar são:

  • dar exemplo de outras pessoas que as crianças conhecem e gostam, e que usem óculos;
  • estimular o pequeno e o envolver no processo de adaptação de forma positiva;
  • explicar à criança o quanto é importante que ela utilize os óculos do jeito correto, para poder enxergar tudo o que gosta da melhor forma, a inserindo como participante dos cuidados consigo;
  • levá-la para escolher o item ou, ainda, apresentar os óculos a ela de forma divertida.

É fundamental se manter presente na rotina da criança, a fim de acompanhar sua adaptação física e psicológica aos óculos. Um ponto importante também é a escolha correta das lentes dos óculos dos pequenos: “as lentes de resina modernas, além de mais resistentes, mitigam efeitos comuns e indesejados, como o conhecido ‘fundo de garrafa’, principalmente nos óculos daqueles com alto grau de ametropias, trazendo mais conforto, qualidade de vida e leveza”.  finaliza o executivo.

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